O tapete oriental

A origem e a época de fabricação dos tapetes não são conhecidos com exatitão. O tapete teria nascido entre o IV° e o II° milênio antes de J.C., em algum lugar na Asia, na Mongólia ou no Turkmenistão. Povos nômades tentaram talvez fabricar um tecido imitando o pêlo dos animais para se proteger do intenso frio das estepes. Ou então teria sido fruto da habilidade técnica de povos sedentários que habitavam a Persia ou a atual Armênia. Ou então é necessário pesquisar o início desta técnica, segundo as últimas descobertas, na Mesopotâmia, durante o III° milênio antes de J.C.

Herdados de um patrimônio tribal, os motivos apresentados com frequência nos tapetes turcos podem ser encontrados igualmente no Turkmenistão, no Caucásio e no Irã. Derivados quase sempre de emblemas (göl) das tribos da Ásia central, eles constituem medalhões de todas as formas e de todos os tamanhos. Ornamentos centrais em carreiras desiguais ou alinhadas, eles são encontrados tanto nos tapetes de aldeias quanto nos tapetes de tribos.

Com oito ou nove tonalidades de cores, os tecelões conseguem compor motivos que apresentam uma harmonia impressionante, muitas vezes dominados pelas cores primárias, principalmente o vermelho e o azul. Na Turquia, são de uma maneira geral as nuances de vermelho, amarelo e azul que predominam no oeste da Anatólia, o branco aparecendo mais na parte noroeste. Os tecelões do centro da Anatólia têm uma preferência pelo amarelo, laranja e roxo, enquanto que os do Leste preferem as cores mais escuras, como o marron, e as nuances atenuadas do vermelho e do azul.

Os tapetes turcos reúnem uma multitude de inspirações e de influências: a influência bizantina pela disposição geométrica das beiras e do interior do tapete, assemelhando-se à azulejos; a influência musulmana, com a "porta" ou o mirhab que orienta os fiéis em direção à Meca, e a arte da caligrafia dos artistas muçulmanos; a herança tribal pelos emblemas e marcas das tribos nômades do Turkmenistão; e enfim, a influência chinesa transmitida pela arte persa: o lotus, as nuvens, os nós infinitos, os pássaros fantásticos e os dragões.

Muitas obras editadas sobre tapetes antigos propõem interpretações simbólicas para os numerosos tipos de motivos. Elas devem ser abordadas com muito cuidado. Elaboradas a partir de referências européias apreendidas muitas vezes na herança greco-romana, essas interpretações estão muito longe das tradições tribais e islâmicas que impregnaram os tecelões.

Hamid Reza Amidi, diretor da galeria La Savonnerie, Paris

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